Trindade: s. f. 1. Teol.
Principal mistério do cristianismo, o que ensina a união de três pessoas
distintas numa só natureza (Pai, Filho e Espírito Santo). 2. Festa da Igreja
Católica que comemora esse mistério. 3. Divindade tríplice, nas religiões pagãs.
4. Grupo de três pessoas ou coisas semelhantes; tríade. 5. O número três. S. f.
pl. O toque das ave-marias.
Divindade: s. f. 1. Qualidade de
divino. 2. Natureza divina. 3. Deus.
É importante frisar que a palavra
Trindade não é encontrada em nenhum livro do Antigo Testamento e do Novo
Testamento.
Muitas são as questões de fé que
envolve a Doutrina da Trindade. Para algumas religiões o ponto central está no
entendimento de como 1 (um) único Deus pode ser feito de (três) pessoas divinas
distintas: Pai (Deus), Filho (Jesus Cristo) e o Espirito Santo. Como já cantava
Renato Russo: “Quem me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo
tempo é três” (Índios).
Não
nos esqueçamos de salientar que muitas religiões são contrárias a Doutrina da
Trindade. Os Mulçumanos entendem que os cristãos possuem um Deus com três cabeças.
Os Judeus não aceitam a Doutrina da Trindade, uma das razões baseadas por eles
é a impossibilidade de Deus se fazer homem, como Jesus se fez. A ideia de Deus na forma de Homem é contra
a Torá. Citam as seguintes passagens das Escrituras:
“Deus não é homem para que minta, nem
filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso
promete, e deixa de cumprir”.
(Nm 23:18).
A Doutrina da Trindade fora criada
no Concílio de Nicéia (Os concílios são, naturalmente, um esforço comum da
Igreja, ou parte da Igreja, para a sua própria preservação e defesa, ou guarda
e clareza da Fé e da doutrina). Na época
de Constantino o 1º concilio de Nicéia resolveu a questão cristo lógica entre Jesus e Deus, o Pai (A questão Ariana); a construção
da primeira parte do Credo Niceno; a fixação da data da Páscoa; e a promulgação da lei canônica. O
arcebispo Ario foi contrário a Doutrina da Trindade por entender que Jesus não podia ser o mesmo Deus e nem ter o mesmo
poder e sabedoria que o Pai:
“Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”“. (João 14. 28).
”Quanto ao dia e à hora
ninguém sabe nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai”.(Marcos 13. 32)
“Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem
é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus”.(1
Cor. 11. 3)
Para os Cristadelfianos a palavra "Trindade" e nem o seu conceito aparecem
na Bíblia. Os cristadelfianos ensinam que Deus é uma só pessoa (o Pai), Deus é
maior do que o Filho, e que o Filho é subordinado ao Pai. (denominação cristã unitária que se desenvolveu no Reino Unido e América do Norte no século XIX).
As Testemunhas de Jeová repelem a
Doutrina da Trindade por entenderem na existência de um só
Deus “Jeová“
(Deus Todo-Poderoso). A base bíblica está no livro de Deuteronômio:
“Ouça,
ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor”. (Dt 6:4)
Jesus
é um ser divino distinto de Deus, mas não um Deus Todo-Poderoso. Jesus foi o Arcanjo
Miguel. O próprio Jesus deixou a ideia que o Pai era maior que ELE.
"Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para
vocês. Se vocês me amassem, ficariam contentes porque vou para o Pai, pois o
Pai é maior do que eu (Jo 14:28)
O Espirito Santo não é Deus, e sim algo
que vem do Deus Todo-poderoso.
Interessante que
criaram uma trindade só com 2 pessoas: O Pai e o Filho sendo o mesmo Deus.
O imperador romano
Constantino convocou cerca de 300 bispos para resolver o conflito de que Jesus seria
ou não Deus. Lembre-se que Constantino somente converteu-se ao Cristianismo.
Como seu pai, adorava o Sol
Invicto; no leito de morte.
A Enciclopédia Britânica afirma que: “O próprio Constantino presidiu, ativamente
orientando as discussões, e pessoalmente propôs… o preceito crucial, que
expressa à relação de Cristo para com Deus no credo instituído pelo concílio de
Nicéia, ‘de uma só substância com o Pai’ Intimidados diante do imperador, os
bispos, com apenas duas exceções, assinaram o credo, muitos dos quais bem
contra a sua inclinação pessoal.”(Wikipédia).
Ainda segundo o entendimento das Testemunhas de
Jeová foi Constantino que interveio para que Jesus fosse reconhecido como da
mesma natureza que Deus.
Depois
de Nicéia, os debates sobre o assunto continuaram por décadas. Os que criam que
Jesus não era igual a Deus até mesmo recuperaram temporariamente o favor. Mais
tarde, porém, o Imperador Teodósio decidiu contra eles. Ele estabeleceu o credo
do Concílio de Nicéia como padrão para o seu domínio e convocou o Concílio de
Constantinopla, em 381 EC, para esclarecer os preceitos. Esse concílio
concordou em colocar o Espírito Santo no mesmo nível que Deus e Cristo. Pela
primeira vez, a Trindade da cristandade passou a ser enfocada. (Wikipédia)
Os Espiritas de Allan Kardec não aceitam a Doutrina
da Trindade, pois para eles “Deus é a inteligência suprema, causa de todas as
coisas” (Livro dos Espíritos). Deus é imutável, imaterial, único, onipotente e
soberano. Jesus é apenas um espirito como qualquer outro, sendo o mais perfeito
que Deus ofereceu à humanidade.
Para os Cristãos não há duvida da fé a Doutrina da
Trindade apesar de no Antigo Testamento não encontramos referencias sobre este
tema.
A Doutrina da Trindade é comparada como um ovo
(gema, clara, e casca) um trevo de três folhas ou estado da água (sólido,
liquido e gasoso). Retirando um desses compostos e o todo deixa de existir.
Assim é a Trindade, Pai, Filho e o Espirito Santo.
A prova substancial da Trindade (Pai, Filho e o Espirito
Santo) para os cristãos encontra-se no Batismo de Jesus Cristo e no dia do Pentecoste (descida do Espirito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo) :
“e o Espírito
Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba”. Então veio do céu uma voz: "Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado". (Lc 3:22)
“João respondeu a todos: “Eu os batizo com água”. Mas virá alguém mais
poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as
correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo”. (Lc 3:16).
A Bíblia ensina que o Pai é Deus, que Jesus é Deus
e que o Espirito Santo é Deus. A Trindade é assim um Deus feito de três pessoas
coexistentes e co-eternas. Aqueles que baseiam a recusa na Doutrina da Trindade
por não constar do texto Bíblico deveriam entender, por exemplo, que a palavra
avô não aparece na palavra de Deus, mas existem avôs na Bíblia (Abraão foi avô
de Jacó).
As Escrituras mostram a existência de subordinação
dentro da Trindade, mas isto não nega a divindade de cada um:
O Espirito Santo é subordinado ao Pai, e ao filho;
O Filho é subordinado ao Pai
“Pai, se queres, afasta de mim este
cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22:42) (relação ao Filho).
“ E
eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para
sempre”.
”. (Jo 14:16) (relação ao
espirito Santo).
Paul
Tillich entende que a doutrina da trindade é resultante de reflexões sobre uma
constelação de realidades e problemas da história e da teologia da igreja antiga,
cujo resultado vai muito além da questão doutrinária, mas sim o produto dos
simbolismos que “dão uma percepção das profundezas da divindade” com sua infinitude
e misteriosidade, cuja aceitação depende da incondicionalidade da fé. Daí
entender-se que a doutrina Cristã da Trindade é a especificação do pensamento
trinitário, que pela sua misteriosidade, leva, pela fé, à aceitação de sua
veracidade.
No Novo Testamento diversas são as passagens que
reconhecem a Trindade:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28:19)
“ A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de
Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”. (2 Co 13:14).
“ escolhidos de acordo com a
pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a
obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam
multiplicadas”. (1 Pe 1:2)
Em
síntese cada membro da Trindade tem sua atribuição:
O
Pai: criação do universo;
“para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e
para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo”. (1 Co 8:6)
O
Filho: salvação:
“Ela dará à luz um filho, e você deverá
dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. (1 Mt 1:21)
O
espirito Santo: divina revelação
“Esse mistério não foi dado
a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito
aos santos apóstolos e profetas de Deus”. (
Ef 3:5).
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