quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A TRINDADE CRISTÃ E O PENSAMENTO DE OUTRAS RELIGIÕES




Trindade: s. f. 1. Teol. Principal mistério do cristianismo, o que ensina a união de três pessoas distintas numa só natureza (Pai, Filho e Espírito Santo). 2. Festa da Igreja Católica que comemora esse mistério. 3. Divindade tríplice, nas religiões pagãs. 4. Grupo de três pessoas ou coisas semelhantes; tríade. 5. O número três. S. f. pl. O toque das ave-marias.
Divindade: s. f. 1. Qualidade de divino. 2. Natureza divina. 3. Deus.
É importante frisar que a palavra Trindade não é encontrada em nenhum livro do Antigo Testamento e do Novo Testamento.

Muitas são as questões de fé que envolve a Doutrina da Trindade. Para algumas religiões o ponto central está no entendimento de como 1 (um) único Deus pode ser feito de (três) pessoas divinas distintas: Pai (Deus), Filho (Jesus Cristo) e o Espirito Santo. Como já cantava Renato Russo: “Quem me dera ao menos uma vez entender como um só Deus ao mesmo tempo é três” (Índios).  

Não nos esqueçamos de salientar que muitas religiões são contrárias a Doutrina da Trindade. Os Mulçumanos entendem que os cristãos possuem um Deus com três cabeças. Os Judeus não aceitam a Doutrina da Trindade, uma das razões baseadas por eles é a impossibilidade de Deus se fazer homem, como Jesus se fez. A ideia de Deus na forma de Homem é contra a Torá. Citam as seguintes passagens das Escrituras:
Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir. (Nm 23:18).
A Doutrina da Trindade fora criada no Concílio de Nicéia (Os concílios são, naturalmente, um esforço comum da Igreja, ou parte da Igreja, para a sua própria preservação e defesa, ou guarda e clareza da Fé e da doutrina).  Na época de Constantino o 1º concilio de Nicéia resolveu a questão cristo lógica entre Jesus e Deus, o Pai (A questão Ariana); a construção da primeira parte do Credo Niceno; a fixação da data da Páscoa; e a promulgação da lei canônica. O arcebispo Ario foi contrário a Doutrina da Trindade por entender que Jesus não podia ser o mesmo Deus e nem ter o mesmo poder e sabedoria que o Pai:

“Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”“. (João 14. 28).

Quanto ao dia e à hora ninguém sabe nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai”.(Marcos 13. 32)

 “Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus”.(1 Cor. 11. 3) 

Para os Cristadelfianos a palavra "Trindade" e nem o seu conceito aparecem na Bíblia. Os cristadelfianos ensinam que Deus é uma só pessoa (o Pai), Deus é maior do que o Filho, e que o Filho é subordinado ao Pai. (denominação cristã unitária que se desenvolveu no Reino Unido e América do Norte no século XIX).

As Testemunhas de Jeová repelem a Doutrina da Trindade por entenderem na existência de um só Deus “Jeová“ (Deus Todo-Poderoso). A base bíblica está no livro de Deuteronômio:
Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor”. (Dt 6:4)
Jesus é um ser divino distinto de Deus, mas não um Deus Todo-Poderoso. Jesus foi o Arcanjo Miguel. O próprio Jesus deixou a ideia que o Pai era maior que ELE.  
"Vocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês. Se vocês me amassem, ficariam contentes porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu (Jo 14:28)
O Espirito Santo não é Deus, e sim algo que vem do Deus Todo-poderoso.
Interessante que criaram uma trindade só com 2 pessoas: O Pai e o Filho sendo o mesmo Deus. 
O imperador romano Constantino convocou cerca de 300 bispos para resolver o conflito de que Jesus seria ou não Deus. Lembre-se que Constantino somente converteu-se ao Cristianismo. Como seu pai, adorava o Sol Invicto; no leito de morte.   
A Enciclopédia Britânica afirma que: “O próprio Constantino presidiu, ativamente orientando as discussões, e pessoalmente propôs… o preceito crucial, que expressa à relação de Cristo para com Deus no credo instituído pelo concílio de Nicéia, ‘de uma só substância com o Pai’ Intimidados diante do imperador, os bispos, com apenas duas exceções, assinaram o credo, muitos dos quais bem contra a sua inclinação pessoal.”(Wikipédia).
Ainda segundo o entendimento das Testemunhas de Jeová foi Constantino que interveio para que Jesus fosse reconhecido como da mesma natureza que Deus.
Depois de Nicéia, os debates sobre o assunto continuaram por décadas. Os que criam que Jesus não era igual a Deus até mesmo recuperaram temporariamente o favor. Mais tarde, porém, o Imperador Teodósio decidiu contra eles. Ele estabeleceu o credo do Concílio de Nicéia como padrão para o seu domínio e convocou o Concílio de Constantinopla, em 381 EC, para esclarecer os preceitos. Esse concílio concordou em colocar o Espírito Santo no mesmo nível que Deus e Cristo. Pela primeira vez, a Trindade da cristandade passou a ser enfocada. (Wikipédia)
Os Espiritas de Allan Kardec não aceitam a Doutrina da Trindade, pois para eles “Deus é a inteligência suprema, causa de todas as coisas” (Livro dos Espíritos). Deus é imutável, imaterial, único, onipotente e soberano. Jesus é apenas um espirito como qualquer outro, sendo o mais perfeito que Deus ofereceu à humanidade.
Para os Cristãos não há duvida da fé a Doutrina da Trindade apesar de no Antigo Testamento não encontramos referencias sobre este tema.
A Doutrina da Trindade é comparada como um ovo (gema, clara, e casca) um trevo de três folhas ou estado da água (sólido, liquido e gasoso). Retirando um desses compostos e o todo deixa de existir. Assim é a Trindade, Pai, Filho e o Espirito Santo.
A prova substancial da Trindade (Pai, Filho e o Espirito Santo) para os cristãos encontra-se no Batismo de Jesus Cristo e no dia do Pentecoste (descida do Espirito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo) :
e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba”. Então veio do céu uma voz: "Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado". (Lc 3:22)
João respondeu a todos: “Eu os batizo com água”. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. (Lc 3:16). 
A Bíblia ensina que o Pai é Deus, que Jesus é Deus e que o Espirito Santo é Deus. A Trindade é assim um Deus feito de três pessoas coexistentes e co-eternas. Aqueles que baseiam a recusa na Doutrina da Trindade por não constar do texto Bíblico deveriam entender, por exemplo, que a palavra avô não aparece na palavra de Deus, mas existem avôs na Bíblia (Abraão foi avô de Jacó).
As Escrituras mostram a existência de subordinação dentro da Trindade, mas isto não nega a divindade de cada um:
O Espirito Santo é subordinado ao Pai, e ao filho;
O Filho é subordinado ao Pai
Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22:42) (relação ao Filho).
E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre”.
”. (Jo 14:16)  (relação ao espirito Santo).
Paul Tillich entende que a doutrina da trindade é resultante de reflexões sobre uma constelação de realidades e problemas da história e da teologia da igreja antiga, cujo resultado vai muito além da questão doutrinária, mas sim o produto dos simbolismos que “dão uma percepção das profundezas da divindade” com sua infinitude e misteriosidade, cuja aceitação depende da incondicionalidade da fé. Daí entender-se que a doutrina Cristã da Trindade é a especificação do pensamento trinitário, que pela sua misteriosidade, leva, pela fé, à aceitação de sua veracidade.
No Novo Testamento diversas são as passagens que reconhecem a Trindade:
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28:19)
A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês. (2 Co 13:14). 
escolhidos de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam multiplicadas. (1 Pe 1:2)
Em síntese cada membro da Trindade tem sua atribuição:
O Pai: criação do universo;
para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo”. (1 Co 8:6)
O Filho: salvação:
Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. (1 Mt 1:21)
O espirito Santo: divina revelação  
Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas de Deus”. ( Ef 3:5).

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