ÚLTIMA PARTE DO JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS A PENA DE MORTE.
NESTA ÚLTIMA PARTE CONCLUÍ-SE PELA JUSTA CONDENAÇÃO DE JESUS.
4. O JULGAMENTO DE JESUS
A
pergunta que permeia a questão histórica do maior julgamento do mundo: O
Julgamento de Cristo foi legal ou Ilegal? Todos os procedimentos foram
devidamente cumpridos? Houve crime? Existiam provas? O julgamento foi político
ou legal?
Antes
de Jesus ter sido preso, condenado a pena capital ocorreram alguns conflitos
que levaram a sua prisão pelos membros do Sinédrio.
4.1 Conflitos Sociais, Políticos e Religiosos
que antecederam a morte de Cristo.
Muitos
esperavam em Cristo um verdadeiro revolucionário que iria levantar a bandeira
contra a opressão romana, mas este não era o objetivo daquele homem especial. A
revolução que ele propôs fazer fora a da alma redirecionando o homem a presença
de Deus. E isto inquietou de certa maneira alguns grupos religiosos da
época.
Antes
de seu julgamento e morte Jesus Cristo fora confrontado por Fariseus[1],
Saduceus[2]
e Mestres da Lei[3].
O cerne desses conflitos era a interpretação do Antigo Testamento. Os conflitos
foram cercados de grandes polemicas, levando Jesus Cristo a lançar 8 (oito)
maldiçoes contra este grupo. Estes fatos
corroboraram para que estes grupos de judeus planejassem a morte do messias.
Vejamos
alguns conflitos:
4.1.1 A questão da interpretação da lei.
Um incidente
bíblico reafirma a validade da Lei Moral de Deus em todos os tempos, tanto na
antiga como na nova aliança, e relaciona a lei com amor. Encontramo-lo em Mt
22.34-40. Os Fariseus não estavam inquirindo em sinceridade, mas queriam, como
sempre, confundir a Jesus. Perguntaram a ele qual o maior dos mandamentos. Eles
se entregavam a esse tipo de discussão continuamente e geravam grande controvérsia,
com a defesa de um ou de outro mandamento. Nesse sentido, pensavam que qualquer
que fosse a resposta de Jesus, iriam indispô-lo com um grupo ou com outro.
Jesus, entretanto, não cita nenhum mandamento específico do decálogo, mas faz
referência, conjuntamente, a dois trechos conhecidos das Escrituras (Dt 6.5 e
Lv 19.18), fornecendo um resumo dos dez mandamentos:
4.1..2 A questão
do sábado
Não é objetivo do presente trabalho adentrar no mérito da licitude
ou ilicitude da guarda do sábado nos dias de hoje. Trataremos apenas dos
conflitos entre Jesus Cristo e os mestres da Lei.
A palavra “sábado” vem da palavra hebraica shabbat que significa
“cessar” ou “descansar”, segundo Nova Versão Internacional, aparece 137 (cento
e trinta e sete) vezes, sendo mencionado primeiramente no livro de Êxodo[4]
com a ordem do SENHOR para que o povo cozinhasse a sua alimentação na véspera
do dia do descanso. E surge pela última vez na Carta de Paulo aos Colossenses[5],
em que o apóstolo alerta para o cristão não se preocupa com determinados tipos
de julgamentos, inclusive o sábado. A instituição do dia de descanso esta
registrado em Gênesis[6].
Ainda dentro do contexto do Antigo Testamento o sábado representa
o quarto mandamento prescrito na Tábua da Lei:
mas o sétimo dia é o sábado
dedicado ao Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem
teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os
estrangeiros que morarem em tuas cidades.[7]
Em sua cátedra Palma (2011, p.57)s, assim entende o descanso
semanal:
A
palavra Shabbat significa no idioma hebraico, “descanso”. A interdição ao
trabalho, conforme entendimento do inicio e do fim do dia entre os judeus e
alguns povos do Oriente próximo, ocorre exatamente entre o período compreendido
pelo cair da tarde de cada sexta-feira e o crepúsculo do sábado.
Nesse período de descanso deve cessar todo tipo de trabalho. O
fundamento legal tem como previsão a criação, em que Deus após 6 (seis) dias de
labor para concluir sua obra decidiu descansar no sétimo dia. Na verdade é um
dia, é um dia para relaxamento e recuperação, um dia para distanciar-se das
rotinas normais da vida, a fim de redescobrir a bondade e a graça de Deus.
Curtins (2002, p.69)
fazendo uma comparação do sábado da criação com a libertação do povo hebreu do
cativeiro do Egito afirma que Deus ao separar Israel de outras nações não
permitiu que a opressão dos egípcios aniquilassem os escolhidos. Assim a
escolha de Canaã para a morada dos Israelitas seria uma forma de receber o
descanso. Para os hebreus o descanso em Canaã estava relacionado com o descanso
da criação.
De acordo com o magistério Watson os (1965, p.93) seis dias de
trabalho é uma concessão divina, sendo um favor de Deus. O SENHOR poderia fazer
todo o dia um sábado. Em vez disso permitiu seis dias para fazer todo o nosso
trabalho. Watson imaginou Deus dizendo: “Eu não sou um Senhor severo. Não me
ressentirei do tempo que tu gastas para cuidar da tua vocação e para obteres
bens. Eu te dei seis dias para fazeres toda a tua obra, e tomei apenas um dia
para mim. Eu poderia ter reservado seis dias para mim e permitido apenas um
para ti. Mas te dei seis dias para as obras da tua vocação e tomei apenas um
dia para o meu serviço. É justo e racional que separes este dia de forma especial
para minha adoração”.
O Evangelho de Mateus ao referendar, assim descreve:
Naquela ocasião Jesus passou pelas
lavouras de cereal no sábado. Seus discípulos estavam com fome e começaram a
colher espigas para comê-las. Os fariseus, vendo aquilo, lhe disseram: Olha, os
teus discípulos estão fazendo o que não é permitido no sábado. Ele respondeu:
"Vocês não leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros estavam com
fome? Ele
entrou na casa de Deus, e juntamente com os seus companheiros comeu os pães da
Presença, o que não lhes era permitido fazer, mas apenas aos sacerdotes. Ou vocês não
leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e,
contudo, ficam sem culpa? Eu lhes digo que aqui está o que é maior do que o
templo. Se
vocês soubessem o que significam estas palavras: ‘Desejo misericórdia, não
sacrifícios’, não teriam condenado inocentes. Pois o Filho do homem é Senhor do
sábado". Saindo
daquele lugar, dirigiu-se à sinagoga deles, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada.
Procurando um motivo para acusar Jesus, eles lhe perguntaram: "É permitido
curar no sábado? Ele lhes respondeu: Qual de
vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e
tirá-la de lá? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é
permitido fazer o bem no sábado". Então ele disse ao homem:
"Estenda a mão". Ele a estendeu, e ela foi restaurada, e ficou boa
como a outra. Então os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como
poderiam matar Jesus.[8]
O sábado para os judeus era um dia santo, E Jesus tinha
conhecimento. Nestes dois conflitos sabáticos extraídos do Evangelho de Mateus
observasse claramente a visão de Jesus sobre a lei do sábado. O primeiro surge
na cena da lavoura em que os discípulos de Jesus Cristo estavam com fome e
começaram a colher espigas para comer. Os fariseus vendo tal situação
inquiriram Jesus sobre a profanação do sábado pelos seus discípulos. Jesus como
era seu costume buscava respostas no Antigo Testamento, então citou a passagem
que Davi junto com seus companheiros estando com fome adentraram no templo e se
alimentaram violando o sábado.
Era costume de Jesus ir até a Sinagoga no sábado, e após o embate
da colheita de milhos Jesus curou um homem que tinha atrofia em uma das mãos.
Novamente foi inquirido pelos fariseus sobre a permissão da cura no sábado.
Jesus respondeu aos fariseus inquirindo-os se eles permitiram que um de seus
animais precisasse de socorro não o prestaria. Os fariseus a partir desse
conflito começaram a conspirar para matar Jesus.
A preservação da vida deve estar acima da prescrição de qualquer
lei. Este também é o entendimento de Reimer e Richter (1999, p.52) :
Essa
interpretação legalista, centrada na santidade do tempo a ser observada, acompanha
o povo de Israel durante todo o período do segundo templo, no chamado “período
intertestamentário”. Essa interpretação mais legalista também está claramente
atestada nas controvérsias de Jesus sobre o sábado. Embora a interpretação do
legalismo farisaico seja dominante neste período, há uma série de testemunhos
rabínicos que também afirmam que a lei do sábado deve ser descumprida quando se
trata de praticar o amor e a misericórdia.
4.1.3 A questão
dos tributos
Os fariseus com o intuito
de colocar a prova às palavras de Jesus:
Enviaram-lhe seus
discípulos juntamente com os herodianos que lhe disseram: Mestre, sabemos que
és íntegro e que ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. Tu não te deixas
influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens. Dize-nos,
pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César ou não? Mas Jesus,
percebendo a má intenção deles, perguntou: "Hipócritas! Por que vocês
estão me pondo à prova? Mostrem-me
a moeda usada para pagar o imposto". Eles lhe mostraram um denário, e ele
lhes perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição? De César",
responderam eles. E ele lhes disse: Então, dêem a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus. Ao
ouvirem isso, eles ficaram admirados; e, deixando-o, retiraram-se.[9]
A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de
haverem os judeus transformados em motivo de horror o pagamento do tributo
exigido pelos romanos. O pagamento do tributo era para eles uma questão
irritante, mas a pergunta feita a Jesus era uma armadilha, pois, dependendo da
resposta Jesus poderia excitar contra ele as autoridades romanas ou os judeus
dissidentes. Mas Jesus, conhecendo a maldade no coração dos fariseus, escapa
dando-lhes uma lição de justiça, ao dizer que dessem a cada um, o que lhes era
devido.
A respeito dessa mensagem “Dai a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus”. Palma (2011, p. 72) assim leciona:
Jesus,
aqui, se refere claramente ao tributo humano, aquele cobrado pelo Estado e
também ao tributo que pertence a Deus (o dízimo). Os judeus estavam acostumados
a fazer uma série de ofertas e sacrifícios no Templo. Por isso, logo entenderam
a sua afirmação. Apesar disso os fariseus maliciosos se decepcionaram pelo fato
de Jesus não ter contraposto, publicamente, os ditames de uma Roma Imperial,
afinal, a cobrança de impostos era uma das motivações centrais que levava às
revoltas entre os muitos grupos nacionalistas judaicos.
4.1..4 A questão
da ressurreição
Os saduceus embora não sejam frequentemente citados nos
Evangelhos, figuram entre os principais inimigos de Jesus. O sumo sacerdote e
os seus amigos, que denunciaram Jesus a Pilatos pertenciam a este partido
religioso.
Os saduceus talvez por acharem que a doutrina da ressurreição não
se encontra elencada no Pentateuco, que era a parte do Antigo Testamento que
eles aceitavam como “Escrituras Sagradas”. Apesar do livro de Daniel 12:2-3
ensinar claramente sobre esta doutrina, os saduceus tinham sua doutrina bíblia
firmada nos livros de Moisés. Diferentemente dos saduceus os fariseus defendiam
a doutrina da ressurreição apresentada por Jesus Cristo, e declaravam que
aqueles que não acreditassem não fariam parte da mesma. Os saduceus negavam a
existência dos espíritos e dos anjos. Champlin ( 2014, 9.599) a este respeito
disserta:
Naquele mesmo dia, os saduceus, que dizem
que não há ressurreição, aproximaram-se dele com a seguinte questão. Mestre,
Moisés disse que se um homem morrer sem deixar filhos, seu irmão deverá
casar-se com a viúva e dar-lhe descendência. Entre
nós havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu. Como não teve filhos,
deixou a mulher para seu irmão. A
mesma coisa aconteceu com o segundo, com o terceiro, até o sétimo. Finalmente, depois de todos,
morreu a mulher. Pois bem, na
ressurreição, de qual dos sete ela será esposa, visto que todos foram casados
com ela? Jesus respondeu: "Vocês estão
enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! Na ressurreição, as pessoas não se
casam nem são dadas em casamento; mas são como os anjos no céu. E quanto à ressurreição dos mortos,
vocês não leram o que Deus lhes disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó’? Ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Ouvindo
isso, a multidão ficou admirada com o seu ensino. [10]
Poderíamos analisar este dilema apresentado pelos saduceus a Jesus
como uma anedota e não como um fato politico, pois apesar da lei do casamento
levirato [11]
prever o casamento da viúva sem prole com o irmão do falecido para preservar o
direito de herança, pois caso realmente acontecesse na segunda viuvez os outros
irmãos tentariam de toda maneira evitar o matrimonio com a viúva por
acreditarem a ela uma suposta maldição.
Na verdade os saduceus queriam demonstrar a Jesus Cristo o absurdo
da credibilidade na doutrina da ressurreição, entretanto Jesus mostrou aos
saduceus que seus argumentos estavam errados frente à interpretação das
Escrituras.
Jesus Cristo ficou liberto das perguntas maliciosas, mas não da
ideia insana de seus inimigos de matá-lo. A ressurreição de Lazaro fora o acontecimento
preponderante para planejar a sua morte. Com receio de perderem suas
autoridades eclesiásticas, os sacerdotes e os fariseus convocaram uma reunião
perante o Sinédrio para falar sobre a pessoa de Cristo. Na reunião caifás [12],
sumo sacerdote, afirmou que seria melhor a morte de Jesus ao sofrimento de uma
nação, profetizando a sua morte em favor do povo judeu. Em razão dos planos dos
sacerdotes em mata-lo Jesus não ensinava mais publicamente. Refugiando-se para
Efraim, pois os principais sacerdotes juntamente com os fariseus ordenaram a
prisão do Messias. [13]
4.2 O
JULGAMENTO DE JESUS NO DIREITO HEBREU
Os
membros do sinédrio preocupados com a perda do poder, em razão do crescimento
de Jesus nas ações de operar milagres, ensinar o povo, e desse modo agitava as
massas populares e poderia indignar os romanos ao ponto de destituir alguns
membros do conselho dos setenta. Diante da ascensão de Jesus os sacerdotes arquitetaram sua execução imediata.
Acreditamos assim que a crucificação de Cristo fora principalmente de ordem
politica.
O julgamento de Jesus de Nazaré é o mais
famoso da historia da humanidade. Muito do que aconteceu permanece uma
incógnita, pois nem tudo é conhecido. Não temos a pretensão de acrescentar ao
contexto bíblico quaisquer informações sobre o fato.
O
processo que julgou e condenou Jesus Cristo desdobrou-se em duas cortes
distintas, a saber, e são eles: O religioso judeu ou perante o Sinédrio, e
Político sob a direção de Pôncio Pilatos, governador da Judéia. O primeiro deve
ser regido pela "lei judaica", e o segunda pelo "Direito
Romano". Essa diversificação
nos obriga a estudar separadamente os dois, a fim de determinar se os atos das
autoridades que presidiram os dois julgamentos cumpriram as normas
estabelecidas à época.
O fato de Jesus ser denunciado diante do Sinédrio não apresentava
nenhum interesse para o Direito romano, pois esta corte de judeus não tinham
poderes amplos e não recebia o"direito de espada", isto é, o
direito de vida e morte. Mas essa passagem tinha um impacto político e
psicológico. Mostrava ao governador o sentimento das elites sociais locais.
Segundo
Champlin (2014, p.627) existem algumas discrepâncias entre os Evangelhos, isto
não descaracteriza em nada o fim do ministério público de Jesus. Grandes partes
dessas diferenças são de ordem cronológica, por exemplo, o Evangelho de João
situa-se 6 (seis) dias anteriores a Páscoa enquanto os Evangelhos sinóticos
apenas 2 (dois) dias antes do pessach
Salientamos como anteriormente relatado, após
a ressurreição de Lazaro os chefes dos sacerdotes e os fariseus estavam à
procura de Jesus para tirar-lhe a vida. Também fizeram planos para matar
Lázaro, pois a sua ressurreição estavam ocasionando o afastamento dos judeus em
razão de passarem a crerem em Jesus. .[14].Antes
de ser preso Jesus falou a seus discípulos sobre a sua morte, a traição de
Judas e a vinda do conselheiro.
Cinco dias antes da páscoa Jesus sai de Betânia à
Jerusalém montado em um burrinho, exatamente como profetizou Zacarias sete
séculos antes[15], sendo
glorificado pelo povo judeu e alguns gregos. Neste contexto Jesus prevendo sua
morte fez uso da expressão: Pai,glorifica o teu nome! " Então
veio uma voz do céu: "Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente. [16]
Após
a oração Jesus e seus discípulos atravessaram o Vale do Cedrom chegando a um
terreno cultivado de olivas, e ai Judas acompanhado de um destacamento de
soldados romanos e guardas enviados pelos sacerdotes e fariseus prenderam Jesus
amarrando-o.
Como
afirma Cohin (1994, p.163), e que somos da mesma opinião, no que se refere à
existência de fatos semelhantes nos Evangelhos sobre o julgamento de Jesus; por
exemplo, que Pilatos foi o governador romano responsável pelo seu julgamento, e
que fora levado a sua presença pelos judeus. Entretanto existem fatos relatados
somente em determinados evangelhos.
Dois
fatos importantes que permearam em Lucas que não encontramos em outros
evangelhos. Primeiramente o fato de Jesus ser acusado pela assembleia do
sinédrio de subversivo, proibindo o pagamento de imposto a César (23:2). Outro
fato descrito somente em Lucas é o interrogatório de Jesus por Herodes, em
razão de Cristo ser oriundo de sua jurisdição.[17].
Isto de nenhuma maneira descaracteriza a veracidade dos quatro evangelhos, e
nem colocada em duvida que Cristo viveu entre nós.
Trataremos
de mostrar nos dois quadros abaixo o julgamento de Jesus Cristo pelos hebreus e
romanos descritos nos evangelhos.
Quadro1-
Julgamento Hebreu descritos nos Quatro Evangelhos:
Judas vende Jesus
|
Beijo de Judas
|
Prisão de Jesus
|
Jesus é levado Anás
|
Jesus levado Caifás
|
Julgamento madrugada
|
Falsas Testemunhas
|
Crime Blasfêmia
|
Pena de Morte
|
|
Mateus
|
26:15
|
26:48,49
|
26:50
|
26:57
|
27:1
|
26:60,61
|
26:56
|
26:57; 27:1
|
|
Marcos
|
14:10
|
14:44,45
|
14:46
|
14:55
|
15:1
|
14:56,57
|
14:64
|
14:65
|
|
Lucas
|
22:5
|
22:47,48
|
22:54
|
22:54
|
22:66
|
||||
João
|
18:12
|
18:13
|
18:28
|
19:7
|
O Decálogo, ou seja, os Dez Mandamentos,
foram supostamente ordenados por Deus ao povo hebreu, através de Moisés, que
recebeu no Monte Sinai. Esses
mandamentos trazem normas que regem a conduta do homem contra a divindade, bem
como o comportamento dos homens entre si e com a sociedade.
Concordamos em parte com a opinião de
Renan (2006, p.373) que ao comentar sobre os motivos da morte de Jesus afirma
categoricamente que são inteiramente de ordem religiosa. Esquece-se de relatar
que os sacerdotes não tinha a prerrogativa da aplicação da pena de morte, e em
razão desse fato Jesus foi encaminhado ao Preto romano para sofrer novo
julgamento, e como Roma não julgava crimes religiosos de povos sob seus
domínios, Jesus fora condenado por crime contra o Estado. Tanto é que se contradiz ao afirmar que se a
condenação de Jesus tivesse sido puramente mosaica, tê-lo-iam submetido ao
apedrejamento.
Ao ser inquirido por Caifás sobre ser o
Messias o Filho de Deus, Jesus prontamente confirma. Neste instante Jesus é
condenado pelo crime de blasfêmia pelos sacerdotes do sinédrio por se dizer
filho de Deus, rei dos judeus.
Quem blasfemar o nome do Senhor
terá que ser executado. A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja
natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto[18].
Thomas
(2007, p.122) em seu livro faz um aprofundado estudo e explica o crime de
blasfêmia:
Uma vez que o sumo sacerdote identificasse um crime de
blasfêmia ou adultério, este era punido pela pena capital de apedrejamento. O
condenado era levado ao local da execução, um penhasco fora dos muros da
cidade, especificando nos tratados como “da altura de dois homens”. Ali a
pessoa amaldiçoada era forçada para a borda e subitamente empurrada para trás,
de forma que a queda atordoasse a vitima ou quebrasse sua coluna.[..] os restos
eram deixados para serem bicados pelos pássaros, como havia sido primeiramente
determinado no livro de Deuteronômio.
A
pena em geral aplicada ao crime de blasfêmia na época de Cristo era o
apedrejamento. Na Bíblia, conforme Figueiredo (2012, p. 102) existem casos de
execuções por apedrejamento pela prática do crime de blasfêmia:
O transgressor ao
qual se refere especificamente o texto de Lv24:11 era filho de mãe hebreia e de
pai egípcio. Procurou-se a direção de Deus para tratar desse caso. Quando o
Senhor fez conhecer a sua determinação (Lv 24.12), o blasfemo foi levado par
fora do arraial. Aqueles que tinham ouvido a ofensa puseram as suas mãos sobre
ele, e toda a congregação o apedrejou (lv 24.14,23). Os rabinos utilizavam-se
de Lv 24.16 para fundamentar sua crença de que não sera licito pronunciar
distintamente o nome do Senhor.
A
Mischná [19] e
a Guemará[20]
juntas compõe a Tora Oral. A Mischná V afirma que todos os que são apedrejados
também são enforcados. Aqui talvez fazendo alusão a lei mosaica: [21]
Tira o que tem
blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão as suas mãos
sobre a sua cabeça; então, toda a congregação o apedrejará. Quando também em
alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e haja de morrer, e o pendurares
num madeiro,
Um exemplo de morte por apedrejamento nas
Escrituras foi a de Estevão, servo escolhido elos doze discípulos, para ministrar
a palavra de Deus. Homem cheio do Espirito Santo e de grande sabedoria levantou
oposição entre os membros as sinagoga. Prenderam Estevão, apresentando-o ao
Sinédrio, acusando-o de falar mal do lugar santo e da lei. Julgaram-no a morte
por apedrejamento.[22]
Outro
ponto que viola a legislação judaica refere-se ao fato que o procedimento
processual criminal deveria ser
realizado durante o dia e em audiência pública. Existe ainda o fato que
a audiência de instrução e julgamento como oitiva de testemunhas e a inquirição
do acusado deveria ocorrer nas dependências da suprema corte judaica, fato que
não ocorreu, uma vez, que Jesus fora levado primeiramente à casa de Anás, sogro
de Caifás, e em seguida fora amarrado e
conduzido a residência de Caifás.[23]
O
réu sofreu agressões configurando o repudiado crime de tortura. A Ele não fora
concedido os princípios previstos dentro do escopo jurídico hebreu como o da
ampla defesa, do contraditório e o da presunção da inocência, revisão da
votação da sentença no prazo de 3 (três) dias e a aplicação da pena as
testemunhas por não falar a verdade
Contrariando
a legislação o interrogatório de Jesus foi provavelmente realizado na madrugada
e na véspera de uma festividade pelo chefe dos sacerdotes Caifas durante os
anos de 18-36 d.C, No livro de Marcos
consta que Caifás perguntou a Jesus se ele era o Messias, Filho de Deus. Jesus
não apenas confirma como diz ao sumo sacerdote que ele virá vindo das nuvens do
céu.[24].
O sistema judicial hebreu tinha a testemunha como base para
as todas as provas em um processo. Uma palavra podia salvar ou condenar, à
morte. O Direito Hebreu estabelecia a necessidade de duas ou mais
testemunhas para condenar alguém pela pratica de uma conduta delitiva de algum
crime. Proibindo a execução do acusado de delito pelo depoimento de apenas uma
testemunha. Assim o direito judaico não permitia a condenação a pena capital
com base apenas em uma testemunha. Uma testemunha no sentido literal significa
nenhuma. Caso houvesse duas testemunhas em um crime apenado com a morte, ambas
deveriam concordar em suas declarações com os faros acusatórios. Jesus foi a
principal vitima de falso testemunho. Na época de Moisés o juramento era
realizado com a imposição das mãos sobre os órgãos genitais[25]. Na época do julgamento de Cristo já não havia
este costume e as testemunhas que compareceram perante os sacerdotes não
prestaram juramento, mas apesar de se
absterem desse ato, elas praticaram o
crime de Perjúrio ao ferirem o nono mandamento do Não
dirás falso testemunho contra o teu próximo, ou
seja, não mentir perante o tribunal.
A
testemunha falsa deveria receber o mesmo castigo que tivesse recebido o
acusado, seguindo o princípio de que o castigo deve ser proporcional ao crime. [26].
Mesmo sabendo que a mentira aborrece ao
coração de Deus[27],
os sacerdotes, como forma de parecer um julgamento justo, arranjaram
testemunhas para condená-lo a morte, porém em nenhum momento tais pessoas declaram
algo que pudesse incriminar Jesus[28].
Algumas testemunhas foram pagas para acusar Jesus de blasfemar contra Deus,
contra o templo e contra a lei. [29]
Segundo a Lei judia, era
necessário contar com duas ou mais testemunhas que concordassem.
Ainda com base no livro de Marcos, Caifás após ouvir de Jesus que ele era Filho
de Deus decidiu pela dispensa das testemunhas, e juntamente com os demais
presentes condenaram Jesus a pena de morte pelo crime de blasfêmia. Segundo a lei rabínica a confissão voluntaria
do acusado não era prova suficiente para condená-lo a pena capital. Outro
princípio dentro do escopo jurídico hebreu era o da ampla defesa ao acusado o
da questão das testemunhas, revisão da votação da sentença no prazo de 3 (três)
dias e a aplicação da pena as testemunhas por não falar a verdade.
Entendemos
que em relação à legislação judaica o julgamento de Jesus Cristo proferido pela
alta corte dos sacerdotes feriu alguns preceitos fundamentais, tais como:
Testemunhas no quesito da uniformidade das declarações, ausência de defensor ao
acusado, a simples confissão do acusado não configurava motivo suficiente para
a sua condenação, o procedimento em sua formalidade deveria ser realizado no
interior da Suprema Corte, nenhum procedimento poderia ocorrer na madrugada,
porém concordamos plenamente com que
Jesus era merecedor da pena de morte, pois infligiu contra as leis de Moisés ao
praticar o crime de blasfêmia e ameaçar destruir o templo.
4.3 O
JULGAMENTO DE JESUS NO DIREITO ROMANO
Após
arbitrariamente condenarem Jesus a pena de morte. Os juízes do Sinédrio por não
possuírem a prerrogativa da aplicação da pena capital conduziram Jesus até a
presença do representante do governo romano na Judeia (26-36 d.C), Pôncio
Pilatos, Procurador Romano,’
No
século I, a Judeia era uma pequena província submetida à autoridade do
imperador Tibério (14-37 d.C), ela não era uma província de direito, mas de
fato, pois seu território fazia parte da Síria. Naquela época quem a governava
era um perfeito e não um procurador.
Quadro
2- Julgamento Romano descritos nos Quatro Evangelhos:
Jesus entregue Pilatos
|
Pilatos: Você é o rei
dos judeus
|
Jesus admite que é rei
|
Jesus entregue a
Herodes
|
Liberdade de Jesus ou
Barrabás
|
Pena de morte
|
Lesa-majestade
|
|||
Mateus
|
27:2
|
27:11,12
|
27:15-21
|
27:26
|
27:37
|
||||
Marcos
|
15:1
|
15:2,3
|
15:6-11
|
15:15
|
15:26
|
||||
Lucas
|
23:1
|
23:3
|
23:6-12
|
23:17,18
|
23:21-25
|
23:2,38
|
|||
João
|
18:28
|
18:33,34
|
18:36,37
|
18:39,40
|
19:16
|
19:19
|
O
processo de Julgamento de Jesus no Direito Romano fora feito excepcionalmente
através do procedimento extraordinário, haja vista que Pôncio Pilatos[30]
agiu na condição de representante do imperador. O julgamento ocorreu diante da
autoridade legal romana somente em uma fase quando Pilatos percebeu que Jesus
sendo Galileu deveria ser inquirido por Herodes Antipas tetrarca da Galiléia.
Este era, segundo a legislação romana o responsável pelo pronunciamento da
sentença, neste caso seria o nosso juiz de direito. Temos no julgamento as
partes esperadas em um processo; vitima réu e o representante da autoridade
romana.
Pilatos
encontrava-se com as mãos amarradas, pois a princípio alegou que não poderia
aplicar a pena capital a Jesus, pois não vislumbrava nenhum tipo de crime em
sua conduta. Aqui temos que ressaltar que Jesus fora condenado pela suprema
corte judaica pelo crime de blasfêmia, que enseja a pena de morte por
apedrejamento, porém tal delito não encontrava descrição legal no direito
romano, pois configurava crime de ordem religioso. As religiões no Império Romano (GUSSO, 2006,
p. 207) gozavam autonomia, por isso era permitido o culto aos numerosos deuses.
O interesse do Estado na religião não era de cunho moral nem espiritual, mas
apenas de utilidade, isto é se ela servia ao império era bem vista, caso
contrario era tratada com indiferença pelo imperador.
Buscando
uma forma de agradar os sacerdotes do Supremo Tribunal Judaico, Pilatos se
dirigiu a Jesus com a única pergunta que poderia incriminá-lo perante a
legislação romana: Tu és o Rei dos
judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. (Lc 23:3 Mt 27:11; Mc
15:2; Jo 18:33). Pilatos procurava
artifícios para enquadrar Jesus no delito de alta traição e insurreição por
afirmar ser rei da Judéia, província de domínio romano, tal fato encontra-se
prescrito como crimine na Lex Julia
maiestatis [31]
A Lei de Traição (
Lex Julia maiestate) ou nous Lex Iulia ou Lex
Iulia de maiestate é uma
lei promulgada em 8 aC pelo imperador Augusto que
reorganizou toda a questão sobre o crime de traição, isto é, de qualquer ofensa
ou ameaça potencial prejuízo do imperador e, em seguida, para as suas autoridades. Foram sancionados como nous crimen (pensamentos
criminais) contra os príncipes as seguintes condutas: difamar a
memória dos imperadores falecidos; indignação com estátuas ou outras imagens imperiais;
assassinato de reféns; todas as atividades destinadas a promover iniciativas de
guerra "sem a ordem do Imperador" (ex. se alistar soldados, batalha
salarial, etc.) e recusa em reconhecer o imperador como uma divindade.[32]
Alba (2013, p.85) também corrobora com nosso pensamento. Ele afirma que os fatos que
serviram de fundamento para que Pôncio Pilatos Jesus Cristo a pena de morte se
enquadram dentro do tipo de crime de lesa majestade. Em sua origem o termo
majestade é um atributo próprio dos deuses. Maietas significa maior no mesmo
sentido que a liberdade é a qualidade maior para o homem. Atentar contra ela
seria o mesmo que se rebelar contra a ordem dos deuses protetores das cidades
como a ordem social. Nesta posição está
a proteção dignidade e honra do imperador.
Portanto a Lex Julia Maiestatis (Lei da
Traição) considerava crime grave, alta traição e insurreição, sendo sentenciado
com do com a pena capital toda conduta delitiva, cujo acusado tenha de alguma
forma pretendido receber o titulo de rei, monárquica ou chefe de algum
território sob dominação romana. O sentenciado com a morte carregava um cartaz
pendurado no pescoço com o titulo do crime praticado. E os Evangelhos relatam
que Jesus recebeu a inscrição acima de sua cabeça Rei dos Judeus [33].
Ficando caracterizado o crime previsto na Lex Julia Maiestatis. Nos Evangelhos
de Lucas r João temos a informação que a frase Rei dos Judeus seria um titulo
colocado acima de cabeça de Jesus, que caracteriza a tipificação da condenação
de Jesus na Lex Julia Maiestatis .
A pergunta que Pilatos fez a Jesus se era o
rei dos judeus[34] é
a mesma realizada por Caifás. E a resposta de Jesus corresponde à resposta ante
o Concílio[35]: É tu que afirmas. Como certamente Pilatos não entenderia o conceito que os judeus tinham do
Messías, o mais fácil para eles era acusar Jesus de pretender ser rei,
coisa que o governador interpretaria como um ato de rebelião contra Roma. A
resposta Você o diz podia significar simplesmente Sim, ou também podia
indicar que Jesus admitia ser rei, mas não no sentido em que o entendia o
governador.
O
reino divino era crença apenas do povo judeu.
No contexto histórico, politico e religioso da época do julgamento de
Jesus Cristo o Estado Romano acreditava apenas no reino secular. Os imperadores
em muitos casos eram considerados imortais. A questão do reinado secular fica
bem clara no nascimento de Jesus, em que Herodes, O Grande, não compreendendo a
razão da vinda de Cristo e temendo que aquele recém-nascido algum dia o
destronasse determinou a morte de toda criança judia baixo de 2 (dois) anos. [36]
Pilatos
ao perceber que Jesus era Galileu, respeitando o princípio legal da jurisdição
territorial encaminhou ao rei da Galileia Herodes Antipas. Herodes por ouvir
falar dos milagres realizados por Jesus esperava que ele realizasse algum sinal
milagroso, mas Jesus permaneceu calado. Herodes após zombar de Jesus mandou-o
de volta a Pilatos.[37]
Os
Evangelhos afirmam que Pilatos, após receber Jesus de Herodes declarou aos que
ali se faziam presentes que não achou nenhuma culpa das quais os membros do
Sinédrio haviam acusado Jesus. [38].
Acreditamos que Pilatos tenha tomado posição favorável a Jesus como forma de
agradar a multidão ou por acreditar que o assunto era de questão religiosa, uma
vez que, poderia correr o risco, no caso de condenação de desagradar aqueles
que acreditavam em Jesus. Esta defensiva de Pilatos a favor da absolvição de
Jesus poderia ser uma forma de compensar dois episódios (JOSEFO, 2013,
p.829,830) em que Pilatos desagradou os judeus. A primeira refere-se à entrada
em Jerusalém de vários estandartes com a imagem do Imperador Tibério César, que
representou um embate a fé judaica, e outro episódio Pilatos desejou usurpar
dinheiro do tesouro sagrado para trazer a Jerusalém , pelos aquedutos ,água s
dízimos e das ofertas trazidas ao Templo sob justificativa de usar os recursos
arrecadados na construção de aquedutos.
Entendemos
que diante da insistência dos judeus pela condenação de Jesus, Pilatos julgou-o
respeitando as formalidades processuais romanas. Este também é o pensamento de Puig
(2006, p.87):
O processo contra
Jesus foi levado a cabo segundo um procedimento jurídico romano conhecido como cognitio extra ordinem, que constava
de quatro partes: acusação, interrogatório, confissão do inculpado (se é que
havia) e sentença. Diferentemente do processo ordinário de uma causa criminal,
em que a sentença era pronunciada por um tribunal presidido por um praetor (que
não intervinha na sentença), o processo extraordinário ou extra ordinem era executado por um alto cargo da administração.
Este se fazia responsável por todo o processo e pronunciava a sentença. Assim
pois, com relação às causas criminais, o processo extra ondinem era habitual nas províncias, onde a máxima autoridade
(um legado, um cônsul, um procônsul, um prefeito, um procurador, um pretor) era
a única última instância com autoridade para ditar sentenças à pena capital.
Esta autoridade, o ius gladi, havia
sido conferido, segundo explica Flavio Josefo (Guerra 2, 117), a Coponio, o
primeiro governador romano da Judéia, e a seus sucessores no cargo no ano 6
d.C.
Em
relação à formalidade processual criminal de Roma no processo de julgamento de
Jesus encontramos as três personagens esperadas; o acusador (grão-sacerdotes e
os anciãos do povo), o acusado (Jesus Cristo)
e o representante da autoridade romana (Pôncio Pilatos) . Os
"grão-sacerdotes e os anciãos do povo conduziram a acusação nos termos
formalizados no Sinédrio em que Jesus declarou ser o rei dos judeus. Agora era
a vez de Pôncio Pilatos intervir pelo Direito de Espada. Ele perguntou a Jesus: "Tu és o rei dos judeus?" (Mateus,
27 11). Jesus não reagiu, não disse nada. O juiz sentenciou-o a pena capital
por crucificação.
No
sentido da tipificação do crime de traição concordamos com a cátedra de Cohen
(1994, p. 191) ao afirmar que todos os Evangelhos concordam pela iniciação do
procedimento criminal acusatório contra Jesus frente ao Direito Romano quando
Pilatos dirigiu a seguinte pergunta: És
tu o rei dos Judeus? Sendo a conclusão de que Jesus foi acusado diante do
Procurador romano pelo delito de pretender ser rei dos judeus, sem ter recebido
por parte do imperador alguma designação. Prova categórica que fora está a
acusação formal por parte do Direito Romano encontra-se pela inscrição na cruz
da crucificação de Jesus da palavra Rex
Judaeorum “Rei dos Judeus.
A
condenação de Jesus Cristo ao crime capital conhecido como lesar a majestade do
imperador. Este tipo de delito tipifica-se não somente pela conduta de traição
ou desejar ser rei, mas tudo o que o imperador ou um governador pudesse
considerar danos ao interesse de Roma. Ao dissertar sobre o crime de lesa
majestade Cohen(1994, p.193) revela que:
Era poder do
imperador, e só dele nomear qualquer “rei dos judeus”. Ele o fizera antes, no
caso de Herodes, e o faria no caso de Agripa. Mas uma nomeação que não fosse
feita pelo imperador, incluindo a autonomeaçao, importaria não apenas na
usurpação dos poderes imperiais, mas também numa negação da soberania do
imperador, além de insurreição e defecção em potencial que implicava.
A
pena capital de crucificação não era aplicada aos cidadãos romanos, mas apenas
aos escravos e aos não-romanos que houvessem cometidos crimes violentos, como homicídio,
furto grave, traição e rebelião ou sedição . Kersten (2012, p. 146) relata
alguns costumes e fatos históricos interessantes, a respeito da morte dos condenados
a crucificação pelos tribunais romanos:
A história nos
conta que a sentença de morte nos tribunais romanos se consubstanciava nas
palavras 'ibis and crucem' que significam 'subirás à cruz'. A crucificação era
a forma mais ignominiosa e brutal de morrer. Essa pena não era aplicada a
cidadãos romanos, mas aos povos dos países dominados, era a maneira popular de
converter um povo rebelde em súditos pacíficos e obedientes ao jugo romano. A
prática da crucificação era desconhecida entre os judeus, que em caso de pena
de morte usavam a lapidação, decapitação, estrangulamento e fogueira. Porém,
segundo a lei mosaica, um blasfemo, quando já estava quase morto, podia ser
pendurado a uma árvore, pois aquele que é suspenso é um maldito por Deus.
(Deuteronômio, capítulo 21 e versículo 23). A crucificação, não podia nunca
ocorrer no sábado. Entre os judeus, o sábado tem início na tarde do dia da
Preparação, que foi o dia da crucificação.
Entendemos
que o julgamento de Jesus perante o Direito Romano fora Justo, pelo fato de se
pautar pela então legislação a época vigente, poderíamos questionar a questão
do recurso da apelação. Ao contrario de
Paulo, cidadão romano, Jesus não tinha o direito legal da apelação, em razão de
não possuir cidadania romana.
Entendemos
que a audiência de instrução e julgamento de Jesus perante Pilatos cumpriu as
formalidades legais prevista no direito romano. No mesmo sentido leciona o
professor Alba (2013, p. 127), ao observar os procedimentos legais relevantes
na época de Roma:
Não
foi uma reação arbitrária da época, camuflada sob aparências jurídicas, mas um
verdadeiro e legítimo processo. Um dos acontecimentos históricos de maior
transcendência, ao ser julgada uma figura que marcou de forma decisiva a
História universal, independentemente da adesão, ou não, à fé que representa o
exemplo do filho de Deus para os cristãos. Não há irregularidades nos processos
sofridos por Jesus. Não existe irregularidades nos processos sofridos por Jesus
as fontes disponíveis permitem concluir que os tramites se desenvolveram de
acordo do as prescrições previstas tanto pelo direito judeu da época como pelo
direito penal romano.
CONCLUSÃO
O
maior Julgamento que a humanidade conheceu ocorreu há mais de 2000 (dois mil)
anos, e para muitos o cenário continua bastante vivo. Muito já se falou sobre a legalidade ou não do
julgamento. Para os cristãos ao analisar as Escrituras concluem que o Filho de
Deus foi condenado inocentemente, mas se levarmos em considerações os aspectos
apenas jurídicos, Jesus recebeu sua sentença dentro dos procedimentos previstos
nas legislações rabínicas e romanas?
Nossa
pesquisa cientifica perdurou um espaço temporal de aproximadamente 2 (dois)
anos. Procurarmos pautar-nos pelo princípio da imparcialidade da religiosidade. As conclusões que chegamos são puramente de
características jurídicas, contraponto as fontes bíblicas e teológicas.
Iniciamos
nossa pesquisa procurando a historicidade da pena capital. Percebemos que em
grande parte sua aplicação serviu como forma do Estado dominador subjugar o
dominado. Em relação ao direito hebreu e romano cada um possuía na época do
julgamento de Cristo sua finalidade especifica. Cabia ao rabínico a apreciação
das questões religiosos e ao romanos os delitos que afrontassem diretamente ao
interesse do Estado.
As
informações não cristãs sobre o processo e julgamento de Jesus no I século e no
início do II são pouquíssimas. A primeira delas é a passagem de Tácito(1906, Annais,
XV,44,5), onde em um pequeno trecho reporta a execução de Jesus por Pôncio
Pilatos: “[...]Cristo, durante o reinado de Tibério, sofreu sobre si uma extrema
penalidade pelo procurador Pôncio Pilatos. A segunda de Josefo (2013, p.832), que
afirmou que:
Agora neste tempo, Jesus, um homem sábio, se é que
podemos chamá- lo de “homem”; pois ele foi um operador de maravilhas, um mestre
de tais homens que receberam a verdade com prazer. Ele atraiu a si tanto muitos
judeus quanto muitos gentios. Ele foi o Cristo. E quando Pilatos, por sugestão
dos principais homens entre nós, condenou-o à cruz, aqueles que o amavam foram
os primeiros a abandoná-lo; mas ele apareceu vivo a eles novamente ao terceiro
dia; como os profetas sagrados haviam profetizado sobre isto e mais umas dez
mil coisas maravilhosas sobre ele. E o grupo dos Cristãos, assim chamados por
ele, não foi extinto até os dias de hoje.
Em
relação ao julgamento e a condenação de Jesus Cristo, após a analise das mais
variadas fontes concluímos pela ilegalidade na questão procedimental do
processo judaico, mas pela correta tipificação no crime de blasfêmia. No
direito romano não temos duvidas ao afirmar que tanto as questões
procedimentais do julgamento bem como o crime em que Jesus fora condenado
estavam dentro dos parâmetros legais da legislação da época. Nessas condições,
é forçoso constatar que, do ponto de vista estrito do Direito romano, não há
nenhuma ressalva a fazer na maneira como Pôncio Pilatos conduziu o processo.
Compreendemos
que Jesus praticou apenas uma conduta delitiva com tipificações criminais diferentes
em razão da legislação própria dos judeus e dos romanos. Na lei mosaica, que
trata do aspecto religioso do julgamento, Jesus foi condenado pelo crime de
blasfêmia. Na lei romana, que trata do aspecto politico, Jesus foi condenado
pelos crimes de sedição (agitar a o povo) e lesa majestade ao ser declarar rei
dos judeus, e que seu reino não era desse mundo, mas isto ameaçava a figura do
Imperador romano.
A
pena da lei mosaica pelo crime de blasfêmia é o apedrejamento até a morte. Esta
não foi aplicada em razão dos sacerdotes judeus não possuírem o direito de
espada. Sendo assim foi necessário encaminhar Jesus ao Procurador romano, e
este após julgá-lo condeno a crucificação, respeitando a compilação da
legislação romana.
É
erroneamente imaginar que houve apenas um culpado pela crucificação de Jesus
Cristo. Podemos narrar as participações de Judas Iscariotes, a dos lideres
judeus narrada pelo Talmude no tratado de Sanhedrin e de Pôncio Pilatos.
REFERÊNCIAS
BECARRIA. Cesare . Dos delitos e das penas. São Paulo:
Saraiva, 2011.
SOUSA, Rainer. As
reformas de Drácon e Sólon. Disponível em <http:www.alunosonline.com.br/história/as-reformas-de-dracon-e-solon.htm>.Acesso
em:25 de jan.2014.
MORAES, Alexandre
de. Direitos humanos fundamentais.
São Paulo: Atlas, 2005..
MEISTER, Mauro. Olho por Olho: A lei de Talião no
contexto Bíblico. Disponível em:
http://www.ma.C.kenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XII__2007__1/mauro.pdf.
Acesso em: 17 jun. 2015.
FOSTER, Roger. Os Dez Mandamentos. Igreja de Deus
Unida, EUA. 2012.
RYKEN, Philip
Graham. Os Dez Mandamentos para os dias
de hoje. Rio de Janeiro: CPAD. 2014.
KAISER, Walter C. Jr., Toward. Ética
Antigo Testamento. Grand Rapids, Mil: Zondervan.
1983.
TRUMAN, Davis. A Paixão de Cristo de um ponto de vista médico. Disponível
em http://www.hermeneutica.com/estudos/crucificacao.html
. Acesso em: 3 de mar de 2015.
MATOS, Alderi Sousa de. A crucificação seu significado para os judeus, gregos e romanos. Disponível em www.mackenzie.com.br/fileadmin/Mantenedora/.../Crucificacao_ok.ppt. Acesso em 3 de março de 2015
Evidências
arqueológicas de Crucificação na época Romana. Disponível em http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=592.
Acesso em: 20 de abril de 2015.
Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia: Mateus a João.
Casa Publicadora Brasil. Volume 5. Tatuí. São Paulo. 2012.
BRADFORD, Bill. Jesus Cristo a Verdadeira História.
Igreja de Deus Unida. EUA.2014.
CELIDÔNIO, Celso. História das instituições jurídicas. Bagé: :FAT-Funba, 1981..
Cf. BANDSTRA, Barry L. Reading the Old Testament: An Introduction
to the Hebrew Bible.Belmont: Wadsworth Publishing Company, 1995.
Werner H. Schmidt.
Introdução ao Antigo Testamento: São
Leopoldo/Rs., 3ª edição: editora sinodal, 2004.
HOFF, Paul. O Pentateuco. Minas Gerais: ed. Betãnia, 1995.
CHOURAQUI, André. Meu Testamento: O
fogo da Aliança. Sãpo Paulo: Editora Loyola. 2007.
WALTON, John. Literature, 1990, .
HOFF, Paul. O Pentateuco. Minas Gerais: ed. Betãnia, 1995.
Um dicionário
expositivo do Novo Testamento. Londres. 1962,W.E.
Vine, p. 256
CD Johnson. Aspectos médicos e cardiológicos da paixão
e crucificação de Jesus, o Cristo. Bol Assoc. Med . PR 1978;
70:97-102
CT, Davis. A crucificação de Jesus: A paixão de
Cristo a partir de um ponto de vista médico. Ariz Med 1965; 22:183-187
HC, Cooper . A agonia de morte por crucificação.
1998. NY Med J 1883; 38:150-153
STROBEL, LeeL Em defesa de Cristo: um jornalista
ex-ateu investiga as provas da existência de Cristo, 1952: tradução de Antivan
Guimarães Mendes, Hans UdoFuchs. — São Paulo: Vida Acadêmica, 2001. p. 302-307. Alexander Metherell é um dos entrevistados por Lee
Strobel em seu livro “Em defesa de Cristo”.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado:
Versículo por Versículo. Volume . São Paulo:. Editora hagnos.2014..
GUNDRY, R.H. Panorama do Novo Testamento. São
Paulo:Edições Vida Nova, 1981.p.151
GUSSO, Antônio
Renato. Panorama Histórico de Israel:
Para estudantes da Bíblia. Curitiba: Santos Editora.2006.
Flavio Josefo História dos Hebreus: De Abraão a queda
de Jerusalém. Rio de Janeiro:CPAD.2013..
BANCROFT, E.H. Teologia elementar. São Paulo:Batista
Regular. 1995
ANEXO
Cópia fiel da peça do
processo de Jesus Cristo realizada por Pilatos, que se encontra no Museu da
Espanha.
No
ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo mundo. Monarca
invencível na olimpíada cento e vinte ... sob o regimento e governador da
cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS. Regente na baixa
Galiléia, HERODES ANTIPAS. Pontífice sumo sacerdote, CAIFÁS, magnos do Templo,
ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CENTAURO. Cônsules romanos da cidade de
Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME E SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do
ano presente - EU,
PÔNCIO PILATOS, aqui presidente do Império Romano, dentro do palácio e
arqui-residente julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe -
CRISTO NAZARENO - e Galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei Mosaica -
contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que
se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque
congregando e ajuntando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover
tumultos por toda a Galiléia, dizendo-se filho de DEUS E REI DE ISRAEL,
ameaçando com a ruína de Jerusalém e do Sacro Templo, negando os tributos a
César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande
parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e
que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz
nos ombros, para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente
com ele, sejam conduzidos dois ladrões
homícidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza
JESUS ao Monte da Justiça chamado de CALVÁRIO, onde, crucificado e morto, ficará
seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores e que sobre a cruz
se ponha, em diversas línguas, este títuto: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUN.
Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva,
temerariamente, a impedir a justiça por mim mandada, administrada e executada
com todo rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob pena de rebelião contra
o Imperador Romano. Testemunhas
da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAIM DANIEL, RABAIM JOAQUIM
BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos feriseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL,
BABBINE, MANDOANI, BANCUR FOSSI Pelo Império Romano: LUCIO EXTILO E
AMACIO CHILCIO.
Transcrita
da obra O Mestre da Vida, de AugustoCury, págs. 166\167, 23ª ed., editora Academia de Inteligência. Fonte:
http://www.soleis.adv.br/sentencacristo.htm
Quadro 3- Os Evangelhos sinóticos similaridades e discrepância no julgamento de Jesus.
Mateus
|
Marcos
|
Lucas
|
|
O único a revelar que
Jesus fora levado, após a prisão, a presença de Caifás (26:55)
|
Jesus após a prisão fora levado a presença do sumo
sacerdote (14:53)
|
Jesus após a prisão
fora levado à presença do sumo sacerdote (22:54)
|
|
Falsas testemunhas. Duas
se testemunharam que Jesus havia afirmado que seria capaz de destruir o
santuário de Deus e reconstruir em três dias. (26:60,61).
|
Falsas testemunhas
declaram que Jesus havia afirmado que seria capaz de destruir o santuário de
Deus e reconstruir em três dias. (14:55-58).
|
||
Jesus acusado do crime
de blasfêmia (26:65)
|
Jesus acusado do crime
de blasfêmia (14:64)
|
||
O único que descreve a
ressurreição dos corpos dos santos (27:52,53)
|
Descreve quem eram os
judeus: principais sacerdotes, os anciãos, os escribas e todo o conselho (
15:1)
|
O único que fala da salvação de um dos
criminosos que fora crucificado junto a Jesus (23:39-43)
|
|
Os anciãos e os
principais sacerdotes levaram Jesus a Pilatos (27:1-2)
|
Jesus fora preso pelos
emissários dos principais sacerdotes, dos escribas e dos anciãos (14:43)
|
Toda a assembleia
(anciãos do povo, principais sacerdotes e os escribas) levaram Jesus a
Pilatos (22:66)
|
|
Jesus fora acusado
pelos principais sacerdotes e anciãos
(27:12)
|
Jesus fora acusado pelos
principais sacerdotes (15:3)
|
Toda a multidão acusou Jesus
(23:1-2)
|
|
O único que fala da
decisão dos lideres religiosos em condenar Jesus à morte (27:1)
|
O único que acusa Jesus
da proibição de pagamento a César, e de se declarar rei (23:2)
|
||
Beijo de Judas em
Cristo como forma de identifica-lo aos guardas (26:48-50)
|
Beijo de Judas em
Cristo como forma de identifica-lo aos guardas (14:44-46)
|
Beijo de Judas em
Cristo como forma de identifica-lo aos guardas (22:47,48)
|
|
Judas
devolveu o dinheiro ao chefe do sacerdote a aos lideres religiosos, e depois
enforcou-se (27:3-9)
|
O único que fala do
interrogatório de Jesus por Herodes, em razão de Cristo ser oriundo de sua
jurisdição (23:6-12)
|
||
Cirene é obrigado a
carregar a cruz de Jesus (27:32)
|
Cirene é obrigado a
carregar a cruz de Jesus (15:21)
|
Cirene é obrigado a
carregar a cruz de Jesus (23:26)
|
[1] Aos fariseus eram confiadas a
interpretação e a explicação a Palavra de Deus. Toda semana, na sinagoga, eles
deveriam ler e interpretar a Lei e os Profetas para os filhos de Abraão, mas o
legado dos fariseus é que a perspectiva que ofereciam da Escritura acabava por
se tornar um conjunto de regras legalistas. (ALEEN, 2012, p. 40).
[2] Formavam um partido judaico,
mencionado apenas 13 vezes no NT, mas não no quarto Evangelho ou nas Epístolas.
Desempenhavam um papel importante na história religiosa daquele tempo. Tinham
relação intima com o sacerdócio. Os ensinamentos de Jesus eram um ataque direto
à sua posição. Seu desejo de eliminar Jesus tão forte quanto dos fariseus.
(FIGUEIREDO, 2007, p.538).
[4] que
lhes explicou: "Foi isto que o Senhor ordenou: ‘Amanhã será dia de
descanso
sábado consagrado ao Senhor. Assem e cozinhem o
que quiserem. Guardem o que sobrar até a manhã seguinte ( Êx: 16:23)
[5] Portanto,
não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação
a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. (Cl 2:16)
[6]
No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que
realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o
santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação (Gn 2:2,3)
[7] Êxodo 20:9
[8]
Mateus 12:1-14 (NVI)
[9]
Mateus 22:16-22 (NVI)
[11]
Deuteronômio 25:5-6 (NVI)
[12]
(...) Caifás... (cujo nome figura nos textos de Mt 26:57; Jo 11:49 e At 4:6)
significa Pedra, também se chama José e foi sumo sacerdote, mais ou menos de 18
e 36 d.C, quando então foi deposto por Vitélio, governador da Síria. Era genro
de Anás (Jo 18:13) que também é chamado de sumo sacerdote (At 4:6).
[13]
João 11:47-57
[14]
João 12:10,11 (NVI)
[16]
Zacarias 12:1-50
[17]
Lucas 23:2; 23:6-12
[18]Levítico 24:16
[19]
Primeira redação na forma escrita da tradição oral judaica. É o resumo
transcrito da Torá Oral.
[21]
Levítico 24:14 e Deuteronômio 21:22
[22]
Atos capítulos 6 e 7 NVI
[23]
João 18:13, 24
[24]
Marcos 14:60-62
[25]
Gênesis 24:2; 47:29
[26]
Êxodo 20:16; Números 35,30;Deuteronômio 19:15-21; 17:6
[27]
Provérbios 16:19
[28]
Mateus 26:59,60
[29] Atos 6:11
[30]
Poncio Pilatos era prefeito ou governador da Judeia no período de 26-36 d.C
(Mateus 27:11)
[31]
Legislação romana sobre traição atribuída a Júlio César.
[32]
Disponível em: https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&s1=it&u=https://it.wike. Acesso em 10 de set de 2015.
[33]
Mateus 27:37;Marcos 15:26;Lucas 23:38; João 19:19
[34]
Mateus 27:11,12
[35]
Mateus 26:63,64
[36]
Mateus 2:16
[37]
Lucas 23:6-11i
[38]
Lucas23:14
Nenhum comentário:
Postar um comentário